domingo, 26 de janeiro de 2014

Clube Naval Setubalense, 3 - Hóquei Clube Estremoz, 6

DO CÉU AO INFERNO EM 16 MINUTOS..!

Bastaram 16 mn para a equipa do Clube Naval Setubalense deixasse de sonhar, uma vez mais, com o apuramento para os Nacionais da modalidades.
Pelo 5.º ano, consecutivo, este lote de jogadores "morrem na praia", não se percebendo, muito bem o que lhes falta para atingirem os seus objectivos.

Não poderia começar da melhor forma, para a equipa do Naval, o jogo decisivo que opunha a equipa setubalense à equipa do Estremoz, uma vez que, bastante cedo, se adiantou no marcador com golos de Valter Piedade (3 mn) e João Franco (9 mn).
Tudo parecia simples. A equipa trocava bem a bola, impunha um ritmo agressivo e defendia em bloco, não dando quaisquer hipóteses à equipa alentejana que nos pareceu surpreendida pelo hóquei praticado pelo seu adversário.
Todavia, e há semelhança de outros jogos, a equipa setubalense, não conseguiu manter esta forma de jogar durante muito tempo, começou a abusar das jogadas individuais, sobretudo o seu jogador Kiko, deixando de funcionar em bloco e perdendo várias oportunidades de golo, em jogadas de dois para um.
Disto se aproveitou a equipa do Estremoz que soube esperar. Nunca se desorientou e lentamente foi tomando conta do jogo.
Quando aos 16 mn de jogo o seu capitão Filipe Carrapeta, aproveitou da melhor forma uma perda de bola por parte da equipa do Naval, reduzindo a desvantagem, pairou no ar a sensação que "a história ia repetir-se", ou seja: a equipa setubalense iria "morrer na praia" mais uma vez.
O sonho estava ali tão perto, contudo ainda faltavam 24 mn. Muito tempo em Hóquei em Patins.
No pavilhão, esperava-se, ansiosamente, pelo intervalo, contudo aquilo que mais se temia acabou por acontecer, o Estremoz voltou a marcar, empatando assim a partida, quando faltavam apenas 1 minuto e meio para o descanso.
As equipas saíram para o descanso empatadas a duas bolas. Resultado que servia os objectivos das duas formações, bastava ganhar o ultimo jogo, teoricamente, com equipas mais fracas.
Mais que a "afinação" da táctica para a segunda parte, pedia-se à equipa setubalense um reforço psicológico e mostrar a todos os seus jogadores que mais importante que marcar golos era não sofre-los, era ter paciência, era ter a noção que estavam a jogar um apuramento e que o resultado, até então, jogava, ainda, a seu favor.
Mas nada disto aconteceu, a equipa voltou do descanso ainda mais nervosa, cometendo erros defensivos primários e voltando a "cair" nas jogadas individuais, com remates de meia distância quando ao lado tinham um colega mais bem posicionado para obter o êxito tão desejado.
Disto se aproveitou a equipa alentejana que calmamente fez o seu terceiro golo, quando estavam decorridos 3 mn e meio da segunda parte, voltando a aumentar a vantagem 2 mn depois.
Tudo parecia perdido para a equipa do Naval, até porque a equipa não se encontrava e, sempre que criava alguma oportunidade de golo ou os seus jogadores falhavam ou o guarda-redes adversário dizia "presente".
Num ultimo esforço, a equipa setubalense ainda viria a reduzir a desvantagem para 3 - 4, através de um remate à entrada da área, do seu jogador Valter Piedade (6,28"), A esperança voltou ao Pavilhão do Naval, tanto mais que ainda faltavam muito tempo para se jogar.
O cansaço físico e psicológico era notório nos jogadores setubalenses, contudo, honra lhes seja feita, nunca viraram a "cara à luta" e quando aos 10 mn da segunda parte o seu jogador Diogo Rafael foi derrubado dentro da área e o árbitro mandou marcar um livre directo, pediu-se que, finalmente, a equipa voltasse a acreditar.
Kiko foi o escolhido para bater o livre directo, contudo não conseguiu bater o guarda-redes alentejano, rematando forte mas à figura do n.º 1 de Estremoz.
Este lance "acordou" a equipa da casa, que em apenas 1 mn criou 2 grandes oportunidades de golo. Diogo Rafael aos 8,58" e 8,10" teve no stick duas oportunidades soberbas de empatar a partida, contudo faltou-lhe a frieza necessária para desfeitear o guarda redes, que nesta altura mostrava porque era um dos melhores jogadores em campo.
A 1,30" do termo da partida, o inconformado  Valter Piedade, voltou a aproveitar a sua meia distância e enviou a bola ao ferro, quando todo o pavilhão gritava golo. 
A partir deste lance  Hilário Tomás mandou avançar dois dos seus jogadores para a área contrária. Era o tudo o nada da equipa setubalense.
E foi, sem dúvida, o nada, uma vez que a equipa alentejana aproveitou da melhor forma esta descaracterização da equipa do Naval, voltando a marcar por mais 2 vezes (19,30" e 19,43"), Fazendo assim o resultado final.
Arbitragem com pequenos erros mas que em nada influenciou o resultado do jogo.

3 comentários:

  1. Sem procurar culpas e culpados, falhas e omissões, refiro somente que a desilusão, sim, é tremenda, brutal, e nada fácil de ser gerida.

    Mas quando, mesmo não se tendo conseguido realizar o sonho, a nossa consciência nos aplaude porque que se deu tudo o que se tinha, humana e desportivamente, em prol de uma modalidade de equipe, só se pode estar orgulhoso de si mesmo pelo seu valor individual e indíscutível dedicação à mesma.

    E como há mais vida para além da enorme paixão em praticar Hóquei em Patins, the show must go on!

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  2. Como é evidente o único culpa é o treinador.
    Assumo toda a responsabilidade por esta enorme desilusão. Esclarecerei quem de direito a minha posição.
    Só tenho a agradecer aos pais e atletas a disponibilidade demonstrada.
    Já agora, NUNCA foi pedido que subissem 2 jogadores para cima da baliza, antes pelo contrário, aceito e respeito todas as opiniões e criticas mas não que se escreva inverdades.

    Hilário Tomás, treinador da equipa de juvenis do CNS

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  3. NOTA DE REACÇÃO: Em nenhuma parte das crónicas se afirma ou se dá a entender que a "culpa do insucesso" é do treinador ou de alguém. Se há "culpas" é de todos, incluindo dos pais dos atletas que não os souberam "educar" para viverem em pressão. A vida, por si só, é vivida em pressão! É a pressão dos horários. É a pressão dos exames. É a pressão de ir para a cama cedo. É a pressão de não poder sair aos fins d semana com os amigos. É simplesmente...pressão!
    No desporto nacional e no desporto mundial foram e serão tantos os bons atletas que nunca conseguiram atingir os seus objectivos, não por falta de valor, não por falta de oportunidade, não por falta de empenho, mas simplesmente, porque nunca conseguiram "conviver" bem com a pressão.
    Como pai, como adepto da modalidade, como simpatizante do CNS, tenho orgulho nesta equipa, nestes jogadores, na sua estrutura técnica e administrativa que sem serem perfeitos são, humanos, companheiros e sérios.
    Na vida todos temos que tomar opções e nem sempre as mesmas são bem aceites pelos "outros" ou pela sociedade. As criticas fazem parte do ser humano, Fazem parte da liberdade de expressão.
    Mesmo sem terem conseguido atingir os seus objectivos - acesso ao Nacional - esta equipa - (Equipa são todos e não só os jogadores) merece todo o nosso respeito e admiração.
    Quando se treina com convicção, humildade, força de vontade e gosto pelo que se faz... os frutos, podem demorar, mas um dia, vão aparecer.
    PS: de prepósito não vou falar de inverdades. Sabemos que nem tudo o que parece na bancada é igual ao que se passa no campo, mas isso é igual em todos os "patamares" do desporto mundial.
    FORÇA NAVAL !!!!

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